terça-feira, 13 de abril de 2010

Artes " Dalton Belmudes de Toledo"




Dalton Belmudes de Toledo lançou um livro no qual descreve o processo pelo qual sua vida transformou-se por meio da cerâmica. O texto, permeado de inúmeras fotos de muitas das suas obras, torna-se um documento importante para o registro das artes na cidade.
Dalton foi um cirurgião-dentista e professor universitário que exerceu dignamente a odontologia, destacando-se pelo trabalho impecável, numa profissão já tradicional em sua família. Depois da sua aposentadoria, o futuro artista percorreu um caminho cinzento de desânimo e desinteresse pela vida. Alguns problemas de saúde geraram maior indiferença e tédio diante do dia a dia que não oferecia maiores atrativos. Por intermédio de Silmara Watari, seu primeiro contato com a cerâmica, sua vida começou a mudar. Depois de freqüentar durante dois anos o ateliê da internacional artista em Barão Geraldo, seu entusiasmo por essa arte –– com obras tão belas quanto diversificadas –– veio num crescendo. Viajou para a Europa para beber da fonte dos museus de grandes ceramistas. E conheceu os locais de trabalho de renomados artistas como Madola (Maria Angel Laplana), em Barcelona, e de Claudio Casanovas, considerado um dos maiores mestres da cerâmica do mundo, devidamente protegido pelos Pirineus em sua casa de Riudaura, nas profundezas da Catalunha.
E no devido tempo, nem antes nem depois do preconizado pelas musas, surgiu o artista plástico, que ao descobrir a cerâmica, voltou a sorrir com uma energia mobilizadora carregada pela vontade de criar.
O poder de fazer mágicas com a argila deu a ele um sopro de alento, afastando-o das cinzas da inércia. E como Fênix ele alçou vôo por meio da arte.
Quando se chega à idade dele com tal vigor e “joie de vivre”, o aparecimento de um admirador de seu trabalho, uma fresca manhã de sol ou mesmo uma chuva inesperada, tudo é saboreado gota a gota nesse modo de viver minimalista que adotou. Uma frase modesta do artista tenta resumir o seu trabalho: “Faço cerâmica porque ela me ajuda a não me aposentar da vida.” Mas ele faz mais: escondido na província, numa bela e original casa, projetada pelo ímpar arquiteto Joaquim Guedes, Dalton extrai incansavelmente do barro as formas que vão definir a sua cerâmica decorativa. Sem concessões ou modismos, sua arte é sóbria e original, nem sempre digestiva, não agradando a gregos, mas apenas a troianos sensíveis. E a morada da rua Samuel Neves e a obra do artista se fundem com harmonia e graça, enquanto a inspiração e as mãos na argila permeiam o seu cotidiano criando belas e originalíssimas peças que enriquecem o acervo das artes plásticas da cidade de Piracicaba.
“Cerâmica”, de Dalton Belmudes de Toledo, terá renda revertida em benefício do Centro de Reabilitação Piracicaba e da Avistar, que atende os cegos. O lançamento ocorreu no Instituto Martha Watts no dia 15 de dezembro de 2008.

Eu conheci o Dr.Dalton, quando trabalhava no ateliê da minha querida amiga e artísta Ecila Strini Franco, no ano de 1999 e 2000.Tive o privilégio de ver as obras deste grande ceramista.Procurando algo sobre ele, achei estas informações no site http://www.apcdpiracicaba.org.br/ssb/ss.cgi?link=ad1101585&linkend=true&layout= em Piracicaba SP.

Artes " Dalton Belmudes de Toledo"






Fazer da vida um espelho para que, através dele, qualquer pessoa pudesse se ver. E como no conto da Branca de Neve, o espelho refletisse não apenas a imagem inversa e sim a realidade nua e crua, porém, mostrando não a maldade e sim a felicidade, o lado bom da vida.
Poucos sabem utilizar um dom natural para expressar seus sentimentos, expor em uma obra sua alegria ou sua tristeza, mesclando o abstrato com o surreal. Nesta galeria de poucos expoentes artísticas que fizeram não apenas uma obra-prima, mas que tinham em todos os seus trabalhos a dedicação mais profunda da vida, estava Dalton Belmudes de Toledo, cirurgião-dentista e artista plástico que a morte tristemente levou de nosso convívio no dia 20 de março passado.
Dalton Belmudes de Toledo nasceu na cidade de Orlândia (SP) e veio para Piracicaba com cinco anos de idade, casando-se duas vezes, com Mirian e, após o falecimento desta, com Conceição. Teve dois filhos em seu primeiro casamento: Dalton Júnior e Aldo.
Em 1950, graduou-se pela Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto e defendeu a livre docência em 1970 na FOP. Chegou a Piracicaba em 1958, sendo contratado como professor-assistente da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Piracicaba junto à área de dentística operatória, do Departamento de Odontologia Restauradora.
Após ser aprovado em concurso público, passou a trabalhar como livre-docente em tempo parcial, assumindo automaticamente como docente titular, passando depois de algum tempo a responder pela disciplina Dentística Operatória. Aposentou-se em dezembro de 1987, mas, continuou clinicando em seu consultório até 1992. Permaneceu na FOP por 30 anos aproximadamente. Foi dentista por cerca de 42 anos.
Após sua aposentadoria, passou a exercer com raro prazer a atividade artística de ceramista em sua própria residência e que é no ateliê, onde passa a maior parte do seu tempo esculpindo peças de argila e mantém o show-roon repleto de artes de sua lavra.
O artista participou de congressos realizados na Espanha, Itália, Holanda, entre outros países, tendo seus trabalhos expostos em diversos locais da cidade de Piracicaba, entre eles, o Teatro Municipal Dr. Losso Netto, além da Biblioteca da FOP, onde encontra-se exposta obra doada por ele.
Em dezembro passado, Dalton lançou o livro “Cerâmica” o qual contou com apoio da cirurgiã-dentista e também escritora Floripes Maria D’Ávilla de Moraes. Reuniu na obra, mais de 20 anos dedicados à arte feita em cerâmica. Faleceu aos 82 anos devido a uma parada cardiorespiratória no Hospital Santa Isabel, em Piracicaba, onde estava internado devido à uma pneumonia.




Informações APCD PIracicaba